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2012 - Livro Vermelho 2013

Anemia elegans (Gardner) C.Presl LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 17-05-2012

Criterio:

Avaliador: Tainan Messina

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

A espécie é amplamente distribuída no Brasil, em diferentes fitoifisionomias.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Anemia elegans (Gardner) C.Presl;

Família: Anemiaceae

Sinônimos:

  • > Trochopteris elegans ;
  • > Aneimia elegans ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Dados populacionais

Em estudo realizado em Minas Gerais foram encontrados 19 indivíduos em 18,5 m² (Alves; Kolbek, 1993).Segundo Duarte (1976), a espécie as vezes forma colonias numerosas que variam de 4-6 cm de diametro, podendo atingir porte maior quando os indivíduos crescem isolados.

Distribuição

A espécie ocorre nos Estados Tocantins, Bahia, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais (Barros et al., 201), Paraná (Rizzini, 1979). No entanto, não foram encontrados registros botânicos para os Estados Bahia e Paraná (CNCFlora, 2012)Os registros botânicos indicam que a espécie ocorre em altitudes entre 500 m (Anderson, W. R., 12439, MBM 159560) e 1.700 m (Anderson, W. R., 6670, NYBG 844092).Devido a distribuição geográfica, Duarte (1976) sugere que a planta pode ser considerada no limiar de extinção, causada paulatinamente pelas mudanças ecológicas ocorrentes no nicho em que a espécie ocorre. Segundo o autor, a espécie pode ser chamada de "fósseis vivos ou relíquias"

Ecologia

Os registros botânicos indicam que a espécie é rupícola ou saxícola, cresce sobre ou em fendas de rochas em campos rupestres, em locais sombreados ou parcialmente sombreados (CNCFlora, 2011; Sehnem, 1974), tais como encontrados em formações campestres da cadeia do espinhaço (Salino; Almeida, 2008).Os locais de ocorrência são rochas predominantemente compostas de arenito ou quartzo do tipo estratificado. Ocupa particularmente a base dos blocos de rocha, onde se processa a desagregação causada pela úmidade, quer pela infiltração lenta, quer pela evaporação do ambiente vizinho. A planta não recebe luz e chuva diretamente. A espécie apresenta comportamento xeromorfo muito acentuado, pois durante o período de estiagem as plantas se fecham inteiramente, mas logo que caem as primeiras chuvas a espécie imediatamente expande suas frondes. A espécie não apresenta órgãos reprodutivos especializados como os encontrados em outras espécies do gênero, tendo frondes que exercem tanto a função vegetativa como reprodutiva. Quando maduro os esporângios liberam os esporos que caem na circunvizinhança da planta materna. A espécie é oxifila, tolerante a ambiente ácido. As rochas onde a espécie habita apresenta composição química ácida devido a parcial ou total ausência de Cálcio. A espécie utiliza a matéria orgânica que ela mesma produz e se decompõem sobre seus rizomas (Duarte, 1976)

Ameaças

1.3.1 Mining
Detalhes Na região central do Espinhaço, foram identificadas como principais ameaças: a mineração, a expansão urbana, o turismo descontrolado, a criação de gado e as queimadas (Vasconcelos et al., 2008).

1.3.1 Mining
Detalhes Na região do Quadrilátero Ferrífero em Minas Gerais são observadas as seguintes ameaças em consequência da atividade mineradora: a extração do minério de ferro - cava - atinge diretamente os ecossistemas de Campo Ferruginoso, protegidos por legislação federal e estadual por serem de ocorrência restrita às cristas serranas, classificadas como Área de Preservação Permanente; e a mineração, incluindo a disposição de estéril e rejeitos, que atinge ecossistemas da Mata Atlântica como as Florestas Estacionais Semideciduais e as Florestas Pluviais Ripárias (Santos, 2010).

1.1.4 Livestock
Detalhes A cobertura antrópica encontra-se espelhada em praticamente todo o Estado de Goiás, fruto da ocorrência de extensas áreas de pastagens cultivadascom o gênero Brachiaria (Sano et al, 2010)

1.7 Fire
Detalhes O Parque Nacional da Chapada Diamantina (BA) sofre de constantes queimadas. Por exemplo, em 2005 em apenas dois meses de seca, foram queimados cerca 10% de área do Parque (Neves; Conceição, 2010).

1.1 Agriculture
Detalhes A SEMA descreve como os principais conflitos ambientais da região do Morro do Chapéu, BA o desmatamento (gerado principalmente por atividades agriculturais e retirada de lenha), queimadas, retirada ilegal de areia, regularização fundiária, ocupação irregular de terras.

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: "Vulnerável" (VU), segundo a lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: A espécie ocorre nas seguintes unidades de conservação (SNUC): Parque Nacional da Chapada da Diamantina, BA, Parque Nacional da Serra da Canastra, MG e Parque Municipal do Gama, DF (CNCFlora, 2011)

Referências

- VASCONCELOS, M. F.; LOPES, L. E.; MACHADO, C. G.; RODRIGUES, M. As aves dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço: diversidade, endemismo e conservação. Megadiversidade, v. 4, n. 1-2, p. 197-217, 2008.

- SALINO, A.; ALMEIDA, T. E. Diversidade e conservação das pteridófitas na Cadeia do Espinhaço, Brasil. Megadiversidade, v. 4, n. 1-2, p. 50-70, 2008.

- SANTOS, L. M. Restauração de campos ferruginosos mediante resgate de flora e uso de topsoil no quadrilátero ferrifero, Minas Gerais. Tese de doutorado. Belo Horizonte, MG: Universidade Federal de Minas Gerais, 2010.

- ALVES, R. J. V.; KOLBEK, J. Penumbral Rock Communities in Campo Rupestre Sites in Brazil. Journal of Vegetation Science, v. 4, n. 3, p. 357-366, 1993.

- SANO, E. E.; ROSA, R.; BRITO, J. L. S.; FERREIRA, L. G. Mapeamento do uso do solo e cobertura vegetal bioma cerrado ano-base 2002. Brasília, DF: Ministério do Maio Ambiente / Secretaria de Biodiversidade e Florestas, 2010.

- NEVES, S. P. S.; CONCEIÇÃO, A. A. Campo rupestre recém-queimado na Chapada Diamantina, Bahia, Brasil: plantas de rebrota e sementes, com espécies endêmicas na rocha. Acta Botanica Brasilica, v. 24, n. 3, p. 697-707, 2010.

- RIZZINI, C. T. Tratado de fitogeografia do Brasil. São Paulo, SP: Hucitec, 1979. 327 p.

- SEHNEM, A. Flora ilustrada Catarinense - Esquizeáceae. Itajaí, SC: Herbário Barbosa Rodrigues, 1974. 78 p.

- DUARTE, A. P. Contribuição para o conhecimento de novas áreas de ocorrências Anemia elegans. Oreades, v. 5, n. 7-9, p. 30-33, 1976.

- CASARINO, J. E.; MYNSSEN, C. M.; MESSIAS, M. C. T. B. Schizaeales no Parque Estadual do Itacolomi, Minas Gerais, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, v. 32, n. 4, p. 737-748, 2009.

- SALINO, A.; ALMEIDA, T. E. Anemiaceae. In: STEHMANN, J. R.; FORZZA, R. C.; SALINO, A.; SOBRAL, M. COSTA, D. P. KAMINO, L. H. Y. Plantas da floresta atlântica. Rio de Janeiro, RJ: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, p.516, 2009.

- SEMA. Secretaria do Meio Ambiente do Governo da Bahia - in Parque Estadual do Morro do Chapéu, Governo do Estado da Bahia. Governo do Estado da Bahia. Disponivel em: <http://www.meioambiente.ba.gov.br/conteudo.aspx?s=PEMORROC&p=PARQEST>. Acesso em: Acesso em: 23 de Julho de 2012.

- BARROS, I. C. L.; SANTIAGO, A. C. P.; PEREIRA, A. F. DE N.; LABIAK, P. H. Anemiaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB090588>.

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, SÃO PAULO. SMA-SP. RESOLUçãO SMA N. 48 DE 2004. Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, Diário Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, 2004.

- Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.

Como citar

CNCFlora. Anemia elegans in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Anemia elegans>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 17/05/2012 - 18:18:20